SINTONIZADOS....

AUTO ESTIMA....

Em psicologia, auto estima inclui a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau.

A autoestima envolve tanto crenças auto ssignificantes (por exemplo, "Eu sou competente/incompetente", "Eu sou benquisto/malquisto") e emoções autossignificantes associadas (por exemplo, triunfo/desespero, orgulho/vergonha).
Também encontra expressão no comportamento (por exemplo, assertividade/temeridade,confiança/cautela).
Em acréscimo, a autoestima pode ser construída como uma característica permanente de personalidade (traço de auto estima) ou como uma condição psicológica temporária (estado de auto estima).
Finalmente, a autoestima pode ser específica de uma dimensão particular (por exemplo, "Acredito que sou um bom escritor e estou muito orgulhoso disso") ou de extensão global (por exemplo, "Acredito que sou uma boa pessoa, e sinto-me orgulhoso quanto a mim no geral").

Relação entre os termos auto estima, auto confiança, auto aceitação e auto imagem
Se se define como William James (1892) o "si mesmo" como o conhecimento que o indivíduo tem de si próprio, pode-se dividir esse conhecimento em dois componentes distintos: um descritivo, chamado auto imagem, e outro valorativo, que se designa auto estima. Outros dois termos são muitas vezes usados como sinônimos de auto estima: auto confiança e autoaceitação. Uma análise mais aprofundada desses termos indicam uma sutil diferença de uso:
 
 Auto confiança refere-se quase sempre à competência pessoal e é definida por Potreck-Rose e Jacob (2006) como a convicção que uma pessoa tem, de ser capaz de fazer ou realizar alguma coisa, enquanto auto estima é um termo mais amplo, incluindo por exemplo conceitos sobre
as próprias qualidades, etc. Auto aceitação, por outro lado, é um termo ligado ao conceito de "aceitação incondicional" da abordagem centrada na pessoa de Carl Rogers e indica uma aceitação profunda de si mesmo, das próprias fraquezas e erros (Potreck-Rose & Jacob, 2006).
A auto estima, a auto confiança e a auto aceitação tendem a estar intimamente ligadas e se influenciam mutuamente.
 O significado prático dessa inter-relação será tratado mais abaixo (ver abaixo "Psicoterapia para baixa autoestima").
 
Qualidade e nível da autoestima 
 O nível e a qualidade da auto estima, embora correlacionados, não são sinônimos.
A auto estima pode ser elevada, mas frágil (por exemplo, narcisismo) e baixa, porém segura (por exemplo, humildade). Todavia, a qualidade da auto estima pode ser indiretamente avaliada de várias formas: (I) em termos de sua constância através do tempo (estabilidade), (II) em termos de sua independência ao se apresentarem condições particulares (não-contingência), e (III) em termos de quão entranhada ela esteja num nível psicológico básico (inquestionabilidade ou automaticidade)..
 Bullying, violência e assassinato.
Alguns dos resultados mais interessantes dos estudos recentes, focam no relacionamento entre bullying, violência e autoestima. Costumava-se presumir que os bullies agiam violentamente em relação aos outros porque sofriam de baixa auto estima (embora nenhum estudo controlado fosse oferecido para dar suporte a esta posição).
 
Estas descobertas sugerem que a teoria da baixa autoestima está errada.
Mas nenhuma envolve o que os psicólogos sociais consideram como a forma mais convincente de evidência: experimentos de laboratório controlados.
Quando conduzimos nossa revisão inicial da literatura, não descobrimos nenhum estudo de laboratório que provasse o elo entre auto estima e agressão.

Em contraste com velhas crenças, pesquisas recentes indicam que os bullies agem do jeito que agem porque sofrem de uma injustificada auto estima "elevada".
 
Criminosos violentos frequentemente se descrevem como superiores aos outros - em especial, como pessoas de elite, que merecem tratamento preferencial. Muitos assassinatos e ataques são cometidos em resposta a golpes contra a auto estima, tais como insultos e humilhação. Para ser mais preciso, muitos perpetradores vivem em ambientes onde insultos são muito mais ameaçadores do que a opinião que tem de si mesmos. Estima e respeito estão ligados ao status na hierarquia social, e desonrar alguém pode ter consequências tangíveis e mesmo acarretar risco de perder a vida.

A mesma conclusão emergiu dos estudos de outra categoria de pessoas violentas. É relatado que membros de gangues de rua possuem opiniões favoráveis sobre si mesmos e recorrem à violência quando estas avaliações são contestadas. Bullies de "playground" consideram-se superiores às outras crianças; baixa autoestima é encontrada entre as vítimas dos bullies, não entre os próprios bullies. Grupos violentos têm um sistema de crenças público, que enfatizam sua superioridade sobre os demais (Baumeister, 2001).

Psicoterapia para baixa autoestima
 
F. Potreck-Rose e G. Jacob (2006) propõem uma abordagem psicoterapêutica para baixa autoestima baseada no que elas chamam de "os quatro pilares da autoestima":

1. Auto aceitação: uma postura positiva com relação a si mesmo como pessoa. Inclui elementos como estar satisfeito e de acordo consigo mesmo, respeito a si próprio, ser "um consigo mesmo" e se sentir em casa no próprio corpo;

2. Auto confiança: uma postura positiva com relação às próprias capacidades e desempenho. Inclui as convicções de saber e conseguir fazer alguma coisa, de fazê-lo bem, de conseguir alcançar alguma coisa, de suportar as dificuldades e de poder prescindir de algo;

3. Competência social: é a experiência de ser capaz de fazer contatos. Inclui saber lidar com outras pessoas, sentir-se capaz de lidar com situações difíceis, ter reações flexíveis, conseguir sentir a ressonância social dos próprios atos, saber regular a distância-proximidade com outras pessoas;

4. Rede social: estar ligado em uma rede de relacionamentos positivos. Inclui uma relação satisfatória com o parceiro e com a família, ter amigos, poder contar com eles e estar à disposição deles, ser importante para outras pessoas.

Os dois primeiros pilares representam a dimensão intrapessoal da autoestima, os dois outros sua dimensão interpessoal. O tratamento consiste em diferentes exercícios que têm por fim capacitar a pessoa a realizar cada um desses passos dos diferentes pilares. Mas antes de se começar o trabalho no primeiro pilar há um trabalho preparatório dedicado à formação do amor-próprio ou cuidado consigo mesmo, que se desenvolve em três passos:

(I) tornar-se atento e consciente das próprias emoções, sentimentos, sensações, necessidades corporais e psíquicas,

(II) relacionar-se respeitosa e amorosamente consigo mesmo e

(III) cuidar de si. Os exercícios incluem técnicas de relaxamento, técnicas para lidar com o crítico interno e de se tornar consciente das partes positivas de si, e muitas técnicas de reestruturação comportamental e de auto reforço.